Paredes
As paredes pareciam até confabular,
Como soubessem o que estava para acontecer!
Ao presenciar duas bocas, uma na outra se tocar,
Já sabiam, que um dos dois ia enlouquecer...
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Ai então, elas vão servir de proteção,
E no calor do quarto, parecem também suar,
Com dois corpos transpirando a paixão!
Encaixados com perfeição, na difícil arte de amar!
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E nesta hora, o tempo não deveria ser medido,
Na verdade, não deveria nem haver tempo!
Não deveria haver idades, nem elos perdidos!
Somente sussurros, que pudessem ir com o vento!
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Relatando para as paredes, a face oculta!
De duas sombras excitadas à meia-luz,
Entrelaçadas, numa liberdade absoluta,
Como um quadro nu, em que a vaidade seduz...
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E assim presenciaram um momento mágico,
Quando num turbilhão, o orgasmo atingir a vida!
Anunciando este momento tão fantástico,
Alcançando o cume de duas almas enaltecidas!
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Que depois de cansadas, encontraram o sono!
E entre o sono o sonho, pelas paredes amparadas,
Estiradas na cama, como que num abandono!
Mas respirando amor, no silêncio da madrugada...
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Paredes, elas não podem confessar, então calam!
Pois entre elas, há milhões de mundos diferentes,
Pois por ali, muitos outros perfumes exalam,
Loucuras se revelam, e outras se fazem presentes...
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Porque paredes! São testemunhas fascinadas,
Do amor, e da fragilidade das emoções...
E mesmo, quando das luzes apagadas,
Elas enxergam o que arde além dos corações...