Alguém que ama.

E os meses se passaram.........

E aquela garotinha achou que seria normal outra vez.

Mas não foi, nunca voltaria a ser.

E quando ele a deixou tudo saiu do lugar

E feridas foram feitas.

E mesmo nas noites de verão

Quando ela só tentava dormi

Ela chorava, e se dobrava, curvada sob o peito

Para impedir a dor de latejar.

E mesmo quando ela escreve ou olha pela janela, ela ainda sente.

E por vezes tudo parece bem, parece haver luz no túnel

Mas a luz sempre foi uma chama a deriva

Brincando com os olhos dela.

O problema dela é que ela ainda sonha

Ela ainda sente e acha que tudo vai voltar

E então ela torna a chorar

Porque aquilo que mais desejamos ter

É sempre aquilo que não nos pertence.

A uma outra pessoa talvez,

Ou a ninguém quem sabe.

Mas outros rostos pairam sob esta nuvem

E vê-se que ela não esta sozinha

E principalmente, vê-se, que você não esta com ela.

E mesmo contra todas as expectativas

Mesmo escondida de todos, disfarçando-se sempre

Ela ainda o ama.

E pergunta-se se confessar-lhe isto faria alguma diferença

Ou se seria somente outro suicídio

Mais uma rejeição

E então o golpe fatal.

Será tolo aquele que pede pela morte

Quando feridas ardem no peito?

Será mesquinho aquele que pede somente um toque

E então a morte eterna?

Eu não sei dizer.

Mas sei que ela já pediu

Ela já rezou pra Deus do céu e já pediu alivio

Segurança. Fim.

Eu sei que ela já pediu somente um minuto feliz

E então poderia ser levada.

Eu sei que ela ainda ama quem jamais a amou

E sei que ela chora quando pensa no passado

E se da conta do presente e do futuro: vazio.

Eu sei que ela odeia

Porque todos parecem um dia tê-lo tido,

Menos ela.

E odeia porque ele parece a todos ter amado,

Menos ela.

E odeia a si mesmo por chorar,

E por escrever,

E por não poder se livrar deste amor.

E queria ser algum elemento sobrenatural

Aquele que decidi o que fica e o que vai

E queria ser um anjo

Para pedir a Deus, deixar que esse amor se esvaia.

E ela queria se afogar, ela queria mergulhar e nunca mais emergir.

Talvez a água possa levar o amor que não quer partir.

Mas ela ainda ama quem nunca a amou

E ainda chora pela perda,

Pela ferida que ficou.

Mas chorar por isso já não vale mais a pena.

Inútil foi e sempre vai ser.

Mas o que eu posso fazer

Se ainda amo você?

Caroline Mello
Enviado por Caroline Mello em 02/04/2010
Reeditado em 02/04/2010
Código do texto: T2173273