Sem haver aonde chegar
E tira desta vida,
uma nau perdida
Para ganhar o mar
Buscar o horizonte
Criar a nossa ponte
vento se punha a ventar
sem haver terremoto
a brisa roçando a vela
e eu a morena canela
velado por santo devoto
a tudo Netuno consente
amar o amor da gente
ao léu o timão vagava
cada vaga que ele vazava
mais perto minha grumete
contra meu peito se arremete
vem em mim o peso da sereia
longe da praia, longe da areia
e tira do mundo marinho
um amor em desalinho
singrava o mar lá na proa
só amando e o resto a toa
no barco só o amor acontecia
se havia rota, o amor obedecia