Sem haver aonde chegar

E tira desta vida,

uma nau perdida

Para ganhar o mar

Buscar o horizonte

Criar a nossa ponte

vento se punha a ventar

sem haver terremoto

a brisa roçando a vela

e eu a morena canela

velado por santo devoto

a tudo Netuno consente

amar o amor da gente

ao léu o timão vagava

cada vaga que ele vazava

mais perto minha grumete

contra meu peito se arremete

vem em mim o peso da sereia

longe da praia, longe da areia

e tira do mundo marinho

um amor em desalinho

singrava o mar lá na proa

só amando e o resto a toa

no barco só o amor acontecia

se havia rota, o amor obedecia

Roberto Chaim
Enviado por Roberto Chaim em 01/04/2010
Código do texto: T2171397
Classificação de conteúdo: seguro