Nem tudo...

Nem tudo

Que escrevemos

Vivemos

Espero

Não estar sempre

Vivendo

O que escrevo

Espero sempre

Que a criação

Seja mais forte

Que a realidade

Nunca o contrário

No entanto

Muitas vezes

A realidade

Supera o poema

As vezes

Esse é o meu dilema

Escrever ou não

O que vivo

Nunca vou dizer

Nunca escreverei

Mudo data hora e lugar

Mudo nomes cidades

Mudo as flores de lugar

Há uma outra chuva a cair

Um outro sol para nascer

E uma nova aurora

Tudo se renova

A vida ainda é revolução

Não adianta tentar

Esquematizar a teoria do caos

Tudo se destroi

Mais cedo ou mais tarde

É inevitável

ABittar

poetadosgrilos