Dilúvio!

Dilúvio

É noite enluarada, o céu está prateado,

E a minha pena sempre vigilante

Logo se inquieta, e as palavras bordando

O branco do papel, dão-lhe cor vibrante.

A pena segue como um rio, serpeante...

Em cada traço vejo seu corpo ondulado.

Percorro seus montes, aclives excitantes...

Perco-me na sua geografia, fico aloucado.

Nessa indigestão mental de sentimentos

Ardendo de desejos e loucos delírios,

Divido com a lua e a poesia, os lamentos!

E sob a luz do luar, e das rosas, o eflúvio

Derramei os meus versos, portentos?

Não sei! Sei que vieram como um dilúvio!

Diná Fernandes