INDIVISÍVEL
Sou o aliado daquilo que vejo como o destino.
Imenso cenário que se descortina no presente.
Talvez, personagem coadjuvante, um menino
Que se vale do inusitado e nunca se ressente.
Apenas reitero no que sinto e claro, antevejo
Ápice do labor diário e pujante que me rodeia.
Investido e prático no amor, num puro desejo
Emoldurado alento, a vítima presa em tua teia.
Regresso aguçado, memorável pressentimento
Que silente se agiganta e imerso numa saudade.
Expoente indefensável, certeza deste momento
Que me abraça e nos aquece, a ávida dignidade.
Numa constante fortaleza da beleza insistente,
Revela-se incomum enquanto suplanta a razão.
Misterioso e inventivo, o correto e clarividente
Zeloso ingrediente na segurança desta paixão.
Quem dera pudesse ser como pássaro a voar
Com asas abertas num azul infinito, o garboso.
Na mesma viagem e na busca do seu belo olhar,
Imaginar-me impávido e um fruto deste colosso.
Não ousarei dividir no que creio, ato imponente
No que se retrata fulgurante e deveras alimenta.
Reservo-me garantir o meu lampejo consciente,
Inexplicável fundamento, aquilo que representa.
Pirapora/MG, 30/03/10.