E Tu assim me vês…

No meio de algo indistinto

Sonhos misturados com uma imaginação

Tão real que se pode tocar

Tão premente

Tal é a minha necessidade

De coisas novas

Permanentemente criar

Que ninguém

Ninguém parece perceber

Menos Tu

Que conheces bem demais

Os recantos lusco-fusco

Por onde anda o meu ser…

E notas

Sem o dizer

Quando eu fujo das sombras

Das cinzas

Do nada

E mergulho repentinamente na luz

Com uma fulgurância

Que nem o amor

Nem a amizade

Nem a mais pura fraternidade

Possuem uma lógica explicação para tal

Porque fiz da indefinição

Uma cortina de fumo

Onde me oculto

Fiz dessa palavra

Para o mundo

O meu ideal…

E notas

Quando choro

Quando me precipito em abismos tais

Dos quais

Me levanto

Uma e outra vez

Banhando-me então nas Estrelas

Como mero acto de redenção

Uma espécie de sacralidade

Para me sentir bem perto da vida

Bem real

Porque quero

Que depois de mim

Aquilo que restar do que fui

Dure uma eternidade…

E Tu assim me vês…

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 30/03/2010
Código do texto: T2167011
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