E Tu assim me vês…
No meio de algo indistinto
Sonhos misturados com uma imaginação
Tão real que se pode tocar
Tão premente
Tal é a minha necessidade
De coisas novas
Permanentemente criar
Que ninguém
Ninguém parece perceber
Menos Tu
Que conheces bem demais
Os recantos lusco-fusco
Por onde anda o meu ser…
E notas
Sem o dizer
Quando eu fujo das sombras
Das cinzas
Do nada
E mergulho repentinamente na luz
Com uma fulgurância
Que nem o amor
Nem a amizade
Nem a mais pura fraternidade
Possuem uma lógica explicação para tal
Porque fiz da indefinição
Uma cortina de fumo
Onde me oculto
Fiz dessa palavra
Para o mundo
O meu ideal…
E notas
Quando choro
Quando me precipito em abismos tais
Dos quais
Me levanto
Uma e outra vez
Banhando-me então nas Estrelas
Como mero acto de redenção
Uma espécie de sacralidade
Para me sentir bem perto da vida
Bem real
Porque quero
Que depois de mim
Aquilo que restar do que fui
Dure uma eternidade…
E Tu assim me vês…