Cometendo Loucuras…

Num mundo

Demasiado preso a regras

A frases feitas

A lugares comuns

A coisas pardacentas

A convenções

Remetido a uma atmosfera rarefeita

Mas que toda a gente

Dá graças aos céus

Pelos interstícios dela

Poder respirar

Um mundo sem nada

No qual é pecado mortal arriscar

E eu estou farto

Mas tão farto

Destas ideias feitas

Destes lugares comuns

De gente que não me interessa

Porque poucas são as pessoas

Que me despertam

Da minha hibernação

Onde dou azo ao que sou

E levo aos limites

Dos limites

A minha imaginação

Arriscando

Sempre!

Indo para além dos limites sensoriais

E corpóreos

Num estranho jogo

Onde aposto tudo

As minhas convicções

Os meus inabaláveis ideais

Cometendo loucuras

E saindo vivo do ciclone que originei

Cometendo loucuras

Caindo no vácuo do desconhecido

Num limiar de uma vida

Sendo que é ai

Que te encontro

E que sei que estás comigo

Cometendo loucuras

Sabendo bem demais

Que esse é um caminho

Que quando o cruzamos

É difícil de regressar

De voltar

Cometendo a loucura

Da suprema sanidade

De viver na extremidade

Dos sentires

Mais ousados

Porque sei que ai o amor

É bem real

E não uma mera fachada

Sei que os rostos e os corpos que aparecem

São reais

E não máscaras

Sendo essas pessoas

E aquilo que representam

O que me interessa

O que me irá interessar

E o resto?

São meros adereços

Que a minha vida portentosa

Irão enfeitar…

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 29/03/2010
Código do texto: T2165099
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