Triste realidade...

Enfeia-se a tarde... O céu fica cinza...

A atmosfera pesada procura uma dor

No recôndito d’alma, como se buscasse

Uma finíssima agulha para nos tornar estertor...

Mas a dor foi colocada em um grande baú

Fechado com chave forjada no sangue

Dos anônimos sonhos desfeitos na luz...

Achegam fantasmas querendo acordar

A dor em braseiro de eterno queimar...

Mas a Vida reage e não se deixa tomar

Por terríveis tristezas que a querem levar...

Na chama da Vida a chave de sangue

Derrete em suspiros de longo porvir...

Sem chave os fantasmas não abrem a caixa

Onde puseram-se os sonhos para dormir...

Escondidas Verdades... E a Vida ressurge

Da pálida tarde tomando-lhe a cor...

O branco se foi... E se foi o fulgor...

- Assim como se foi o brilho dos meus olhos

Quando recusaste o meu amor...

ESPERANÇA
Enviado por ESPERANÇA em 27/03/2010
Código do texto: T2162479
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