JOÃO DE BARRO
Vejo um vai e volta incessante
Através do vidro da janela
Pefeição e rapidez
Terra água, barro
Em seu bico carrega
Idas e vindas incansáveis
Moradia vai fazer
Para em lar se transformar.
Ave, é só uma ave
Com projeto avançado
Sabe o que deseja
Pra ter a dama ao seu lado
Beleza no rústico sobrado
Suspenso por um tronco
Protegido pelas folhas
Uma contrução delicada
Com amor e deteminação
Próxima a minha vidraça foi montada.
A vários dias o observo
Hoje a obra está acabada
Vejo-o voar feliz,
E voltar acompanhado
Voar alegre da conquista
Ela feliz por ter chegado
Seu habitat por algum tempo
Com seu amor está assegurado.
Eu aqui a pensar, fico admirada
É só um João de barro com sua companheira
Um casal apaixonado
Precisam de tão pouco
Tem toda a liberdade
Os comparo as nossas vidas
E de ser livre me dá saudade.
Sempre cheios de regras
De compromissos financeiros
Perdemos o melhor da vida
Presos a padrões ultrapassados
A valores desgastados
Brigando sempre para ter
Acabamos por morrer
Ou vivemos inacabados.
Viver como pássaros
Ver o valor de cada revoada
viver em bando solidário
Não em gaiolas gradeadas
Viver assim como o JOÀO DE BARRO
Isto é vida almejada.