O ATO DA DESPEDIDA

Às vezes o que vejo ninguém vê.

Mesmo assim, me culpam sem saber o porquê.

Às vezes o que falo, você já ouviu.

Me culpam por ser repetitivo, mas ainda não descobriu.

Que as palavras são as mesmas.

Apenas a maneira falada é diferente.

O que eu te mostrei, você não viu.

Para sonhar tem que fechar os olhos.

Quando quis ir embora, você não deixou.

Mas quando fiquei, nem notou.

O que há de errado agora que terminou.

Às vezes acho que nem deveria ter começado.

Ninguém tem coragem para dizer adeus.

É o medo da solidão que nos deixa unido.

Te dei meus sonhos, onde estão os seus?

E mesmo assim você me culpa por tudo.

Então, porque não tire a máscara.

Amar assim é como levar apunhaladas,

No peito, na alma.

Às vezes o que vejo, são apenas enganos.

O ato da despedida nos faz lembrar,

De quanto é triste viver junto e não amar.

Como é difícil admitir o fracasso,

Como é ruim ter provado um beijo sem gosto.

Luiz Noscente
Enviado por Luiz Noscente em 26/03/2010
Código do texto: T2161047
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