O ATO DA DESPEDIDA
Às vezes o que vejo ninguém vê.
Mesmo assim, me culpam sem saber o porquê.
Às vezes o que falo, você já ouviu.
Me culpam por ser repetitivo, mas ainda não descobriu.
Que as palavras são as mesmas.
Apenas a maneira falada é diferente.
O que eu te mostrei, você não viu.
Para sonhar tem que fechar os olhos.
Quando quis ir embora, você não deixou.
Mas quando fiquei, nem notou.
O que há de errado agora que terminou.
Às vezes acho que nem deveria ter começado.
Ninguém tem coragem para dizer adeus.
É o medo da solidão que nos deixa unido.
Te dei meus sonhos, onde estão os seus?
E mesmo assim você me culpa por tudo.
Então, porque não tire a máscara.
Amar assim é como levar apunhaladas,
No peito, na alma.
Às vezes o que vejo, são apenas enganos.
O ato da despedida nos faz lembrar,
De quanto é triste viver junto e não amar.
Como é difícil admitir o fracasso,
Como é ruim ter provado um beijo sem gosto.