PALAVRAS MORTAS
Uma nova página
Escrita em linhas tortas
Como papel velho na máquina
Ecoa palavras mortas
Uma nova lágrima
Escorre no velho rosto
Como feridas ínfimas
De amargo gosto
Uma nova saudade
De quem tive por poucas horas
É o vício da minha vaidade
Talvez por isso elas vão embora
Eu posso até virar a página
Mas a estória continua
Sendo contada pela mesma máquina
Onde o meu cansaço perdura
E a madrugada é para se ter solidão
Depois que elas vão embora
Mas é a minha inspiração
Até os primeiros raios da aurora
Uma nova página
Manchada com novas lágrimas
Sobre a mesma máquina
Onde despejo palavras íntimas