PALAVRAS MORTAS

Uma nova página

Escrita em linhas tortas

Como papel velho na máquina

Ecoa palavras mortas

Uma nova lágrima

Escorre no velho rosto

Como feridas ínfimas

De amargo gosto

Uma nova saudade

De quem tive por poucas horas

É o vício da minha vaidade

Talvez por isso elas vão embora

Eu posso até virar a página

Mas a estória continua

Sendo contada pela mesma máquina

Onde o meu cansaço perdura

E a madrugada é para se ter solidão

Depois que elas vão embora

Mas é a minha inspiração

Até os primeiros raios da aurora

Uma nova página

Manchada com novas lágrimas

Sobre a mesma máquina

Onde despejo palavras íntimas

Luiz Noscente
Enviado por Luiz Noscente em 26/03/2010
Código do texto: T2161044
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