Ao Pé da Cachoeira
Ao pé da cachoeira da curva do tamanho
me banho.
A água acaricia meus seios, meus cabelos,
meus pelos.
Esqueço-me da alma, flutuo no espaço,
me faço
bonita, sensual, devota e palhaça –
devassa.
Contudo, me acalma a água escorrendo,
lambendo
meu corpo que atrai olhares que não vejo.
Desejo
querer ser possuída na beira do riacho.
Me acho
tão solta, tão ardente que esqueço-me da vida
sofrida.
Pareço-me com a rosa, serena e caprichosa,
dengosa,
ou com a flor da lua que só me quer mais nua
e sua.
Me fuço nas entranhas, vou fundo no meu ser –
prazer
que explode num orgasmo tão forte que me mata.
Sou grata,
pois vejo que a morte também é Natureza,
beleza!