As flores pudicas
Em agudos sonos, crônicos pesadelos,
um coração disparado,
um olhar alheio.
Quando eu inalo a tua brisa, sou tenra alvorada,
o que é volátil mas jamais se acaba
porque em meus desejos algo doce sempre renasce.
Passas a tua mão e minha pele adora.
O que há de resto, neste poema nego,
para não saberem de nós,
o que em nós jamais fraqueja ou dorme.
Entre gerânios e begônias há uma mulher,
cedida a um homem qualquer que não quis virar santo,
atrás de um espantalho de desejos tantos,
capaz de parir no alto verão a primavera.