E Eu Amo-te…

Bem à minha estranha maneira

Sabendo e sentindo e desejando

E negando

Que te queira à minha beira

Bem no cerne da minha terra

Onde tudo é demasiado breve

No local

Onde a sombra toca a luz

Onde a dislexia é uma linguagem

De todos os dias

Uma linguagem comum

Onde os universos choram de dor

Sendo a suas lágrimas

As estrelas cadentes

Que reflectem todo esse amor

Onde as cinzas fertilizam os campos

Onde morre e ressuscita a minha fé

Onde adormeço nos braços de sonhos

E luto contra os pesadelos

No milagre de os transformar em sonhos

Coisas que quero belas

Abjurando o medonho

Onde a vida

É vivida com tal ardor

Com tal intensidade

Sentindo ao mesmo tempo

Que ela é pequena demais

Mas que dura

E durará uma eternidade

Amo-te

Ontem

Hoje e amanhã

Com premente convicção

Na onda portentosa

Dessa dualista emoção

Antes que para essa vida

Seja demasiado tarde…

Sim, Eu Amo-te, como posso deixar de Amar…?

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 23/03/2010
Código do texto: T2154090
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