E Eu Amo-te…
Bem à minha estranha maneira
Sabendo e sentindo e desejando
E negando
Que te queira à minha beira
Bem no cerne da minha terra
Onde tudo é demasiado breve
No local
Onde a sombra toca a luz
Onde a dislexia é uma linguagem
De todos os dias
Uma linguagem comum
Onde os universos choram de dor
Sendo a suas lágrimas
As estrelas cadentes
Que reflectem todo esse amor
Onde as cinzas fertilizam os campos
Onde morre e ressuscita a minha fé
Onde adormeço nos braços de sonhos
E luto contra os pesadelos
No milagre de os transformar em sonhos
Coisas que quero belas
Abjurando o medonho
Onde a vida
É vivida com tal ardor
Com tal intensidade
Sentindo ao mesmo tempo
Que ela é pequena demais
Mas que dura
E durará uma eternidade
Amo-te
Ontem
Hoje e amanhã
Com premente convicção
Na onda portentosa
Dessa dualista emoção
Antes que para essa vida
Seja demasiado tarde…
Sim, Eu Amo-te, como posso deixar de Amar…?