UM OUTONO EM POESIA
Um amanhecer como tantos
Uma vida sempre igual
Mais um outono que chega
Com sabor angelical.
Folhas amarelecidas
Com suas vidas vencidas
Formam um tapete macio
Caminho nunca igual.
A estação que desnuda
Nostalgia deixa no ar
Flores mortas em tapetes
Esperam a mão do funeral.
Névoa do raiar do dia
Umidade natural
Amanhecer... Nostalgia
Rompe vidas no umbral.
No entanto a poesia
Não para de acontecer
Pássaros cantam em revoada
Organizam suas moradas
Pros filhotes que vão nascer.
Gotas de orvalho que pingam
Como lágrimas alucinantes
Fluído abençoado
No doce alvorecer.
As flores umedecidas, desmaiadas
O sol que ensaia-se, tenta romper
A tênue claridade
Aparece sem pretender.
Em minutos um ritual
Chegando tão natural
Apresenta-se simplesmente
De forma casual.
Um latido ao longe
O farfalhar do vento
Outra folha que cai
Desenhando um movimento.
Um arrepio me corre o corpo...
Não de frio, mas de emoção
Presenciei como um reles mortal,
A chegada matinal.
BOM DIA!