MÁGOAS DE AMOR
Ah, as velhas mágoas de amor,
são como espinhos cravados e não retirados...
Todos temos nossas histórias,
nossos mistérios, nossos nós não desatados,
mas peso nas costas de carga vencida
pra que serve, a quem ilude,
a quem alimenta o fruto,
já colhido há tanto tempo,
provado em loucura e deixado ao relento?
Erramos, ferimos, e o gosto ficou amargo?
Não há como consertar, não há como
planejar o encontro inesperado,
pois os caminhos já pisados ao amanhecer de um encontro feliz,
agora serão trilhas vividas,
com marcas de outros pés...
os pés que já fomos, não voltamos a ser
e os amores perdidos no tempo,
não voltam!
Restam apenas os corpos e desejos
ilusórios de reviver tais momentos!
Velhos amores são como velhas casas,
tem portas que rangem,
telhados vulneráveis,
caixas cheias de papel amarelado
e trazem em si os velhos fantasmas
com suas correntes e antigos fados...
(comentário ao poema Impasse, de Carlos Rodolfo Stopa,
outubro de 2008)