O IMPORTANTE DO AMOR - 1
sub.:
PALAVRAS DOCES NO SILÊNCIO DO PORTO
_____________________________________
Veja... que eu estou partindo
para viver a vida,
num lugar qualquer,
exilado,
sózinho.
Carrego comigo somente os sonhos dos nossos momentos antigos.
Lá, construirei meu porto seguro,
guardarei nossos segredos num quarto escuro,
esconderei o quarto nas câmaras douradas de um templo puro
e enganarei o tempo, vagando e reinventando estórias,
indo & vindo, passeando pelas nossas memórias.
Não consta do mapa de bordo
que eu morrerei sozinho
naquele silencioso porto;
antes, pelo contrário,
fecharei os olhos e verei a imagem,
miragem,
caminhando
com incolores vestes estranhas.
Sentirei tuas pegadas perfumadas
e perseguirei a rota deste teu perfume.
Visitarei-te enclausurada numa ilha estreita,
bela, livre, lírica e perfeita.
Perseguirei as três palavras doces,
três barcos à deriva,
que embalarão teus sonhos nublados,
iluminados
pelas estrelas solitárias
de um céu de outono,
resfriados pelo vento frio
de um mar revolto.
E sentiremos juntos os calafrios noturnos,
que acrescentarão magias, aos nossos velhos segredos.
O primeiro segredo será o “Orvalho das flores”.
Nele sentir-te-ei, expressiva,
espectro de cores,
suor escorrendo pelas curvas douradas,
entremeando-se aos pêlos propulsores
que encantarão teu corpo arrepiado,
exalando amores.
_assim ajeitarei-me em teu colo,
meu canto puro, meu casulo!
O segundo segredo será a “química”,
o resvalar da pele,
o roçar dos pêlos eriçados,
a mímica,
beijos extremos e os olhares sombrios.
A solidão nos abrigará
e logo admirar-nos-á,
breves amantes do tempo,
através das frestas das pedras do templo...
O frio atravessando os desertos,
os poemas, ao anoitecer,
e a barba ainda por fazer...
retratos inevitáveis
da nossa mesma história,
amando e acariciando-nos
numa penumbra estática e azulada,
em plena noite chuvosa,
que nada diz,
mas tudo sabe.
Entretanto,
sei que ainda esperas pela decisão final.
Lamentos de um coração sem corpo,
que enganará as adversidades
enquanto respingos de tempestade cairão pelo telhado,
e molhar-se-ão pelos grãos de areia,
na imensidão da praia daquele lugar.
Nosso lago de amor eterno,
nosso poço de amor sem fim,
abrirão as comportas do tempo
e não caberão dentro de mim.
by Wildon (13/12/2001)
para: Neiva Carvalho (16 anos – um breve acontecimento)
sub.:
PALAVRAS DOCES NO SILÊNCIO DO PORTO
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Veja... que eu estou partindo
para viver a vida,
num lugar qualquer,
exilado,
sózinho.
Carrego comigo somente os sonhos dos nossos momentos antigos.
Lá, construirei meu porto seguro,
guardarei nossos segredos num quarto escuro,
esconderei o quarto nas câmaras douradas de um templo puro
e enganarei o tempo, vagando e reinventando estórias,
indo & vindo, passeando pelas nossas memórias.
Não consta do mapa de bordo
que eu morrerei sozinho
naquele silencioso porto;
antes, pelo contrário,
fecharei os olhos e verei a imagem,
miragem,
caminhando
com incolores vestes estranhas.
Sentirei tuas pegadas perfumadas
e perseguirei a rota deste teu perfume.
Visitarei-te enclausurada numa ilha estreita,
bela, livre, lírica e perfeita.
Perseguirei as três palavras doces,
três barcos à deriva,
que embalarão teus sonhos nublados,
iluminados
pelas estrelas solitárias
de um céu de outono,
resfriados pelo vento frio
de um mar revolto.
E sentiremos juntos os calafrios noturnos,
que acrescentarão magias, aos nossos velhos segredos.
O primeiro segredo será o “Orvalho das flores”.
Nele sentir-te-ei, expressiva,
espectro de cores,
suor escorrendo pelas curvas douradas,
entremeando-se aos pêlos propulsores
que encantarão teu corpo arrepiado,
exalando amores.
_assim ajeitarei-me em teu colo,
meu canto puro, meu casulo!
O segundo segredo será a “química”,
o resvalar da pele,
o roçar dos pêlos eriçados,
a mímica,
beijos extremos e os olhares sombrios.
A solidão nos abrigará
e logo admirar-nos-á,
breves amantes do tempo,
através das frestas das pedras do templo...
O frio atravessando os desertos,
os poemas, ao anoitecer,
e a barba ainda por fazer...
retratos inevitáveis
da nossa mesma história,
amando e acariciando-nos
numa penumbra estática e azulada,
em plena noite chuvosa,
que nada diz,
mas tudo sabe.
Entretanto,
sei que ainda esperas pela decisão final.
Lamentos de um coração sem corpo,
que enganará as adversidades
enquanto respingos de tempestade cairão pelo telhado,
e molhar-se-ão pelos grãos de areia,
na imensidão da praia daquele lugar.
Nosso lago de amor eterno,
nosso poço de amor sem fim,
abrirão as comportas do tempo
e não caberão dentro de mim.
by Wildon (13/12/2001)
para: Neiva Carvalho (16 anos – um breve acontecimento)