Soneto - A magia do nosso mesmo amor!


Desperto, de um sonho infame, pesadelo delirante,
Tu amante; dorme teu sono calmo, carregado de perfume,
Eu, discípulo das tuas certezas... Sou temor pensante!
Busco teu corpo e no aconchego nas tuas curvas,  ganho lume

Ascendo na tua transcendência de mulher que é feita nume
e descanso no berço da tua beleza sinuosa – impudente

Sou assim entregue aos movimentos do teu corpo arfante.
Justiça que implorei ao caos primitivo desta vossa deusa incólume.

Tu dormes e é tarde, o sol logo se avizinha; o primeiro canto faz volume
Na cela de nossos diálogos eternos, sei... É a avezinha que cedo se faz viajante!
É tarde, e o tempo este eterno dissipador das lembranças, rico em queixume

Pede passagem anunciando que a vida é o acumulo do instante!

Nosso leito, meus olhos, nossos corpos, vosso toque, nosso rico volume
De ganhos e perdas. Mistério!... Desvelado pela magia deste nosso amor referente!






imagem: Rabe (quintal da casa da Rose)
Olimpio de Roseh
Enviado por Olimpio de Roseh em 20/03/2010
Reeditado em 20/03/2010
Código do texto: T2149686
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