Amar-te...
Amar-te...
Mesmo quando não há tantas forças em mim.
Mesmo quando a visão, obscurecida pelo tempo,
me impede de te enxergar,
ainda assim, amo-te.
Amo-te como no começo,
como quando éramos apenas partículas amantes.
Hoje somos um corpo,
com uma das metades cansada, é verdade,
mas, um corpo ainda presente no presente do nosso tempo.
Amar-te... Como desejei isso em minha vida,
quando te compunha em minhas melodias,
quando te abraçava nos meus sonhos,
quando, enfim, alcancei teus sentimentos e os reguei aqui dentro...
Amar-te.
Amar-te por inteira,
sem frescuras,
sem quebra-cabeças ideológicos.
Só nós,
nós e os nossos planos...
E foi tudo tão bem planejado.
E encerra-se tudo tão bem contemplado.
Mas o cansaço dessa metade que sou eu,
ainda vai me custar caro,
ainda vai me tirar de você,
ou acabar por fazer de nós uma metade nas lembranças.