SEXTINA DO AMOR IMORTAL
Sextina do Amor Imortal
Jorge Linhaça
Nascendo o amor, se torna imortal
Ainda que o mal, ao pobre flagele
Ou que o congele a roda do tempo
Fica no vento o eterno perfume
O doce lume das noites ardentes
Sempre presentes em nossa memória
Renasce o amor em sua vitória
Como a história que não tem final
A prova cabal que é sempre presente
Inda que ausente esteja da pele
Nada o repele, nem mesmo o queixume
Qual vagu-lume a piscar seu alento
Acende-se o amor num breve momento
vai-se o tormento,refulge em glória
Vem as memórias nadar em cardume
Sobe o volume, parece real
Amor imortal , que a todos compele
Vinde e espelhe tua força latente
Quando nos vemos de tudo carentes
Quase ausentes de tal sentimento
Passa-se o tempo, aflora à pele
E nos impele nessa trajetória
Revogatória do bem e do mal
Pondo na pele um doce ardume
Voa a alma direto ao cume
Volta o costume, no peito latente
De ser contente, feliz, afinal
Nosso embornal recebe o provento
Segue opulento, rechassa a escória,
Nossa oratória a que se apele
Cantamos versos a este e aquele
E vemos neles a luz e o negrume
Como dois gumes, dois fios da história
Qual moratória na alma da gente
Mas certemente é o nosso intentento
O surgimento do amor imortal
O amor imortal , inda que flagele
Vinga no tempo, exala perfume
Fogo ardente de tantas memórias
Arandú,18 de março de 2010