Deixa-te estar, meu amor!
Não abras os olhos,
neste instante, por favor!
No meu peito, coloca a tua mão!
Vês? Sentes? Como bate livre,
Sem preceito, o meu louco coração!
Deixa-te estar, Meu Amor!
Não abras a boca ainda,
não digas nada! Sente só!
Sente a minha pele arrepiada!
Respiração afogueada,
sente meu sangue fluir!
Toco-te nos lábios, ao de leve,
com a ponta dos meus dedos,
quase a medo! Sinto-te sorrir!
Deixa-te estar, meu amor!
Só mais um pouco!
Deixa-me ficar, assim parada,
e olhar-te assim, inerte, adormecido,
Só para mim!
Vou pintar esta tela,
Uma inventada aguarela,
Esta paixão, sem ter fim!