Hoje esvaziei a minha alma...
Hoje esvaziei-me de mim...
Tornei-me etérea e silente...
Chorei a última lágrima
E sorri...
Aceitei o imponderável
E não mais me lamentei...
Não coloquei máscaras.
Empalideci e não escondi a palidez com maquiagem.
Sentei-me à cadeira de balanço
E uma enorme Paz me invadiu...
-Meus olhos vêm o Nada.
E como é belo ver o Nada desfocado!...-
Fechei meus olhos
E me deixei levar
Ouvindo o farfalhar das folhas
Que já começaram a mudar suas cores
Com a proximidade do Outono...
Estou leve.
-Saí de mim...
Fui buscar talvez a criança escondida,
Ou a velha em que um dia me irei tornar...
Aceitei... Sem lutar...
Flutuei...
Completamente vazia
Ouvi vozes melodiosas
E uma música doce tomou conta de mim...
Não luto mais.
Nem espero que o passado retorne.
Abro-me ao novo.
Aguardo qualquer coisa que virá...
Estou em Paz:
Nada espero.
Sou feliz...