Apelo

Ah! momento infindo,

De incertezas mil,

Dor que corrói,

Sentimento vil.

O que fazer,

Se para fazer nada há?...

Não fazer... por quê,

Se tudo por ser feito está?!

Deixa-me querer-te outra vez,

Outra vez me deixa te amar.

Quero viver esse vão momento eternamente,

E desfazer o paradoxo aparente,

De um amor que talvez tardiamente,

Insinuou-se, aflorou, num inquietar-se.

Abre-te para o meu amor,

E ele te alcançará.

Não te apiedes de mim,

E o teu amor a mim chegará.

Serás eu,

E eu serei tu;

Seremos nós,

Eu e tu,

Os dois,

Como se fôssemos um.