Meu Deus! Tomara...
Que àquela menina entenda
Perceba e se desprenda
Venha seminua ou vestida
Que a vida não é só feita...
De ausências, rendas e prendas
E logo por aqui depressa apareça
Que ela comigo não se aborreça
E que a nossa amizade só cresça
Tomara... Meu Deus! Tomara
Porque a amo desde criança
Quando a tirei pra uma dança...
Passei todos os dias a pensar nela
Na cidade, no campo, nas estrelas
E agora vivo nessa esperança
Na praia, na selva ou na relva
Que não se afaste e fique juntinho
Bem pertinho do meu carinho
Tomara... Meu Deus! Tomara
Porque adoro o nosso chamego
Não dispenso nem um pouquinho
Pelo imenso amor que lhe trago
E isso eu grito alto e não nego
Quero ser pra ela um abrigo
Realizando todos os sonhos
Que sorria o seu riso mais lindo
Adormeça aqui em meu colo...
Sussurrando palavras queridas
Ao som do bolero de Ravel
Tomara, meu Deus tomara...
Ela não me falte neste cantinho
Ouvindo declamar meus versinhos
Que comporei e os direi baixinho
Mesmo sabendo que ainda não sei
Mas que os escreverei à luz do luar
Tomara, meu Deus tomara...
Que ela confie sempre em mim
E me traga os seus beijinhos
Os abraços quentes que eu gosto
Ao sentir seu perfume de jasmim
Hildebrando Menezes
Nota: Inspirado em ’Tomara’ de Vinicius de Moraes