MAGIA

MAGIA

Joyce Sameitat

Escorrega meu coração por noites solitárias;

Sonhando que na neve está a esquiar...

Fazendo assim troça da vida tão sedentária;

Com a qual está sempre sem querer a derrapar...

Minha alma valsa na cheia solidão meio vazia;

Como que de si mesma tentando gracejar...

Enquanto almejo as noites bem frias;

Para a vida em mim voltar a circular...

Sou um grande cadinho de emoções quentes;

Que aos poucos me faz ir se derretendo...

Quero ser ilusões com misto de gente;

Em grandes aventuras se arremetendo...

Milhões de estrelas acima de mim piscam;

Embaixo a luz do luar forra o meu chão...

Alturas insondáveis minha alma conquistam;

Puxando com ela o abatido coração...

Sou ninho de sonhos que não foram chocados;

Preciso de todas suas asas para sair a voar...

Mas eles não podem ainda ser molestados;

Senão dai é que não saio mesmo do lugar...

Se embaralham aos meus cabelos que dançam;

Numa ritmada valsa que soa ao longe...

Cujos sonhos que já tenho não alcançam;

O local de onde vem o som e porquê se esconde...

Em magias me envolvo e a tudo que encontro;

Para poder os resquícios de solidão dizimar...

Só assim poderei ir livremente ao encontro;

De você que me faz cada vez mais te amar...

É por este motivo que eu também me escondo;

Em sonhos tão difíceis de se concretizar...

Minha alma é clarão mas o coração escombros;

Só por sorte poderei um dia o consertar...

Porquê te quer mas eu não te encontro,

E nem sei se um dia irei te encontrar...

Magia acontece apenas em contos;

Sei que com ela não poderei contar!

São Paulo, 15 de Fevereiro de 2010

Joyce Sameitat
Enviado por Joyce Sameitat em 16/03/2010
Código do texto: T2141658