Não posso fazer poemas de amor
Às vezes também o amei...
Em certas praias sentia frio e o abraçava
Outras tardes enquanto caminhava
E o céu já anunciava aos poucos, o escurecer
Pensava e sutilmente sorria:
Não posso fazer poemas de amor!
A natureza me confidenciou outra realidade
As praças de encontros marcados
(quando não inusitados)
Traz a triste graça de amores novos,
Porém não posso escrevê-los!
Mas devo crer que ainda o amei:
Em portos de despedidas e chegadas;
Bares de conversas e cantadas;
Em casas floridas e bem perfumadas;
Por todos os erros que acertei.
Às vezes lembro que também o amei!
Mas sei que não devo mais!
Devo guardar os mórbidos domingos
Não fazer poemas com cheiro de flores vermelhas
Em noites de chuvas e mimos.