Admirador extroverso

Manifesto-me,

No espaço,

Como ente inacabado;

Como pedaço de mal dizer.

E esse meu ser –

Que não propõe –

Expõe-se ao ridículo de achar

Que o verbo achar

É uma mera ação para não reter

A dor insone que ocupa,

Consome

E some,

Quando por raios lúcidos vê-te não me ver:

Sou um admirador extroverso,

Pois quero teus olhos não diretos,

Já que quem admira sem falar –

E sem se fazer ver –

É do todo o mais esperto:

É o amar lúcido;

É o amanhecer.