SINTO NADA
Sinto nada.
Sinto um nada
que pesa tanto quanto tudo.
Tudo permanece igual
e nada faço pra que mude.
Nada sinto.
E tudo isso é o que me resta.
Queria que vida passasse com pressa,
mas ao mesmo tempo,
tenho medo do tempo que não volta mais,
sinto pavor por não saber o quanto me resta.
Estou perdido em minhas mentiras.
Engano a mim mesmo
transformando absurdos em veladas verdades.
Tenho medo que o cedo nada mais seja,
do que tarde.
Estou acompanhado pela solidão.
Mas sei que sou o único culpado.
Ajo como se a vida fosse tomar as decisões
que deixo de lado por ser covarde,
sem alarde vou desaparecendo em minha reclusão.