no meu solitário refúgio
se bem que iluminado
pela tua memória
pela tua ausência
deixo pousar a cabeça
no colo da desesperança
suspendo o ar que inspiro
não me traga o desvario
num átomo do teu cheiro
represo os passos
entrecerro os dedos
não ousem eles soltar
o ímpeto de te alcançar
de pedir ou de aceitar
de com os teus se enlear.
afinco-me remoendo
o absurdo não-querer querendo
deixo o meu sangue ferver
deixo o meu sangue secar
deixo-me evaporar
se
etérea celebrar
a aura em teu redor