GOSTO AMARGO
Sobre a mesa:
Saleiro calado e conversa fiada.
Suas mãos amáveis de antes,
Gesticulam e disfarçam
Distantes.
Procuro-te entre as vírgulas,
No meio da expiração,
Prendo o ar; verdades!
Sorrio interrogações!
E enquanto desvia teus olhos
A pausa fria, finca no peito.
Ali já não tenho quem me amou.
Recolho os retalhos, sem jeito!
Viro atalhos. Seguro o que sobrou.
Peço a conta decidida!
Escondo a dor atrás do trago,
Trago o rasgo da despedida.