Solidariedade
Beber a luz do sol
Tornar-se um farol
Aquecer os atos
Corar os frutos
Ter o descanso
De um ganso.
Surgir novamente fazendo
Mente nova em flor
Participando desta labuta
Dando e recebendo amor
Dividindo o sabor
De qualquer dor/ardor
Ou labor
Como trabalhador
Que dá o duro no compressor
Ou no trator
Sob as mãos de um feitor
Seja ele senhor ou doutor
Nenhum aponta futuro promissor
Ou criador.
Ser louco, desvairado
Irmanado
Apesar de tantos cadeados e
“Gravatistas” em estufas
Que não dizem bulhufas,
Mas estão com a chave nas mãos.
Enquanto isto, nós
Cada um ao lado do outro
Que está ao seu lado,
Aprendendo o círculo do sol
Que nasce trazendo o dia
Levando nossa agonia
E que se vai sem fazer falta
Deixando-nos
Nus numa escuridão
Que nos faz dar as mãos.
Desaparecendo os nãos
E nascendo um novo pacto:
O entendimento do coração.
(1981, BH)