Olhaste-me tão docemente
Que me senti mergulhar
No lago do teu olhar
Fui átomo feliz de ti
Noutra dimensão me achei
As chaves do amor busquei
Vaguei como peixe áureo
No teu límpido esplendor
De repente escureceu
E o teu olhar se cerrou
E a manhã me cegou
Na lágrima que desceu
Perdi-me em ti... não sou eu
Mas Eva que desobedeceu
Além do permitido ousou
Adentrar, e o teu olhar cobiçou.
e se agora estiolo
na fria aridez do solo
em celso orgulho evoco
ter vencido o preconceito
ter ousado o inaudito
em júbilo me sublimo!