INEXISTÊNCIA
De novo, correu de mim o tempo,
enquanto estivestes ao meu lado
abraços, mãos, toques
quisera eu que tudo fosse infindo
pra manter tua presença
aqui sempre comigo
Quando estás comigo
Sinto que tenho o tudo
sou feliz, vivo e completo
nada mais preciso além de ti
mas quando vais embora,
fica o silêncio da tua ausência
que me grita a alma incessante
sinto me perdido, de ti necessito
dói me a alma, por pura abstinência de ti
Eu te quero com tamanha loucura (meu desejo é tanto)
que até adoeço em pensar estratégias
e maneiras furtivas de manter-te comigo
depois que vais embora
o tudo que eu tinha
transforma-se em partes deliciosas tuas
que guardo quieto nas lembranças
arquiteto calado, penso: como manter teu cheiro comigo ?
não...não mais quero sentir outros cheiros !
arquiteto...como manter teu gosto em minha boca ?
nem água hei de beber para não me desvencilhar de teu gosto !
arquiteto...como manter teu calor em meu corpo ?
se tua ausência me traz tanto frio ? sofro !
angustiado ainda...como manter teu sorriso, teu olhar, tua voz ?
nessa hora é que percebo
o quanto já vives dentro de mim
tu és presença infinda que me toma o tudo
tomas a alma, o desejo, a dor...
vejo então que tu és o tudo
e eu, sem ti, que nada era
pouco e ainda mais, deixo de ser