Admirador
Quanta beleza entre os teus movimentos.
Entrelaçam-se às tuas mãos,
te revelam mais angelical,
cuidam do teu aspecto imutável,
tornam a coisa humana mais bela e verdadeira.
E essa beleza ainda há de curar-me,
ainda há de me fazer pensar mais acentuadamente
nas propostas esquisitas da vida.
É que há tempos me perdi.
É que não sou o teu tesouro, não.
Sou só um admirador,
que vive bobo ante tua beleza,
que jura que os clamores mais agudos
são escutados por esse Deus tão grande.
São escutados...
Não os meus.
Não a minha ânsia poética de te amar...
Amar como belos que se fundem sob a mesma aurora.