A última estação

Fascinantes como noites de lua cheia... lívida e tão fugaz

semblante sereno, traços meigos como uma boneca de cristal

voz macia e rosto angelical... doce como chocolate branco

curvas de mulher sensual, perigosamente sedutora...

Paz e amor, noite e dia, escuridão e luz

os opostos se atraem, fontes de energia, perfeita harmonia

lua e sol se encontrando, enamorados como bons amantes

em uma eterna magia, transcedentalmente insano, eterno paixão...

Vidas entreleçadas em outros planos

mil esferas espirituais, planos superiores que regem as leis do Criador

mundos desconexos e complexamente simples, como um sorriso

caminhando lada a lado, seguindo o mesmo rumo... sempre ao norte...

Flores e espinhos, folhas secas bailando numa dança divina

ao som de Bethoven, com a sua orquestra envenenada

Sento e choro, pensando na magnitude que o seu olhar me provoca

lágrimas solitárias, viagens astrais, e tudo não passa de ilusões...

Agora visualizo passageiros, caminhando aqui ou acolá

embarcando em uma viagem só de ida, sem sequer olhar para trás

porque enterrar o passado faz parte de todo modo de vida

daqui eu vejo a bilheteria, vendendo promessas de alegrias...

Nessa viagem sem parada, sem recordações alguma do passado

sem vivências no presente, sem ressentimentos do não acontecer

só sei que no final da linha sempre existe alguém com um sorriso

e desejando boas vidas, abraçando a paz, o amor e a felicidade...