Não, não vivo num conto de fadas…
O Castelo encantado
Possui as cores das nossas cidades
Despojadas de encantamento
De tão cheias de vida
A estão sempre a desperdiçar
Por isso construí outro Castelo
No meio das nuvens
Ao qual chego
Pelo simples
E imenso acto de sonhar…
A Princesa perdeu a sua coroa
E vive num emprego de que não gosta
Envelheceu
Está amarga
E só se sabe da vida queixar
Eu como não gosto de sombras
Reencaminhei
O meu coração
E outras emoções
Tirei-o das suas mãos
E preparei-o para outra
Que dê um real valor à paixão…
Não está prisioneira de um Dragão
Não está à espera que alguém a venha salvar
Está prisioneira de si própria
Numa reclusão eterna
Na qual não sabe sair
Nunca sairá
Eu perdi esta batalha
Não serei o seu paladino
Procuro alguém
Que me dê um eco de fé perpétua
Alguém
A quem seja lógico e consequente
Viver um certo e etéreo destino…
E assim nas teias de uma ilusão
Que quero real
Vivo em dois mundos
Um de sonho
Outro material
Bebo o melhor
Do que ambos têm para me dar
Vivo feliz
Na esperança que acalento
Vivo para Um Mundo Unificado
Melhor
Num sonho infinito
Que todos os dias alimento…
Não, não vivo num conto de fadas…