ESTRATAGEMA (Beatriz Oliveira)

Pensa no meu poema como a implicação de um teorema,

Sobre o qual me debato e desespero na ânsia louca de provar.

Por isso, escrevo coisas que desejo, sonho e almejo,

Coisas que penso incessante e ardentemente um dia alcançar.

Penso em beijar tuas gemas. Esmeraldas claras.

Beijá-las tanto e tão docemente, que teus lábios ardentes

Tremam por esperar um beijo doce da minha boca rara

E tuas mãos tateiem o ar a busca de algo inexprimível.

Penso no meu poema como um pequeno estratagema,

Um modo de mostrar-me, dizer-me, desnudar-me,

Por isso, escrevo o que penso, sinto e vejo,

Com o intento de que vejas além do que olhas, a olho nu.

Com o intento de que queiras ver o meu corpo nu.

Beatriz Oliveira
Enviado por Beatriz Oliveira em 09/03/2010
Reeditado em 10/03/2010
Código do texto: T2128079
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.