Você duvidou

Você duvidou de mim,

Ao não sentir o amor em minha boca,

Em um beijo longo e sem fim,

O mesmo que já te poste louca...

Duvidou de mim e poste-se surda,

Não ouvindo sequer o lamento,

De um coração em prece absurda,

Rogando por sua paz um memento...

Por que duvidou de mim e foste à guerra,

Rasgou minha roupa, cuspiu no meu chão,

Jogou meu sentimento em terra,

E calou minha voz de paixão...

Que assim mudo permaneceu,

Observando sua estúpida transformação,

Mas não fora por que o amor morreu,

E sim, por que perdera a razão...

O meu mundo caiu,

Quando as palavras desabarão,

Foi assim que se concluiu,

Em olhos que não lhe observarão...

Porquê duvidaste que eu seguiria?

Mesmo tão só e descontente,

Pedindo por favor, uma alforria,

Ou uma chave para livrar-me destas correntes...

Você duvidou de mim, e nem sabia,

Que o mais fraco às vezes vence,

E que nas rimas simples desta poesia,

As palavras são minhas, mas não me pertencem...

Você duvidou, e duvidando pisou na flor,

E sem querer, machucou-se com o espinho,

E ali sangraste esse mesmo amor,

De que nunca lhe pediu provas de carinho...

Nunca lhe pediu nada, sequer atenção,

E desta maneira sempre se reservou,

E esta é a ultima observação,

Deste amor, que você sempre duvidou...