Poema Para Alguém!
Posso até estar enganado
Mas parece que te vejo
Agregada a um tipo de medo
Que não reconhece a si mesmo.
Envolta em ideologias e inseguranças
Sente-se só com um olvidado grito
Em uma tênue teia de conflitos
Confusa em circuitos de desconfianças.
Pode ser você a certa e eu o errado
Mas fico triste por sentir sua tristeza
Parte-me o peito teu olhar ofuscado
Dissimulando tua graça e beleza.
Tua máscara não adere a tua pele
Deixa falhas donde posso te ver
Daqui eu vejo uma lágrima correr
Percorrendo toda tua epiderme.
Talqualmente um animal acossado
Dilata as narinas e mostra as presas
Os olhos parecendo brasas acesas
Uma felina de cabelos ondulados.
Muitos se quedam com o urro.
A mim não mete nenhum medo.
Sei que atrás de espessos muros
Nascem flores e não vingam espelhos.
A mim não espanta nem maltrata.
Mas aguça mais a minha curiosidade.
Pois sei que no fundo são apenas palavras
E poucas são as palavras que dizem a verdade.