Poema Para Alguém!

Posso até estar enganado

Mas parece que te vejo

Agregada a um tipo de medo

Que não reconhece a si mesmo.

Envolta em ideologias e inseguranças

Sente-se só com um olvidado grito

Em uma tênue teia de conflitos

Confusa em circuitos de desconfianças.

Pode ser você a certa e eu o errado

Mas fico triste por sentir sua tristeza

Parte-me o peito teu olhar ofuscado

Dissimulando tua graça e beleza.

Tua máscara não adere a tua pele

Deixa falhas donde posso te ver

Daqui eu vejo uma lágrima correr

Percorrendo toda tua epiderme.

Talqualmente um animal acossado

Dilata as narinas e mostra as presas

Os olhos parecendo brasas acesas

Uma felina de cabelos ondulados.

Muitos se quedam com o urro.

A mim não mete nenhum medo.

Sei que atrás de espessos muros

Nascem flores e não vingam espelhos.

A mim não espanta nem maltrata.

Mas aguça mais a minha curiosidade.

Pois sei que no fundo são apenas palavras

E poucas são as palavras que dizem a verdade.

Gil Ferrys
Enviado por Gil Ferrys em 07/03/2010
Código do texto: T2125730