Cruel companheira

O dia amanheceu escuro

Após longa noite de lágrimas

Umedecendo o travesseiro

Meu eterno companheiro.

Solidão em minha porta bateu,

sem perceber, dei-lhe permissão para entrar

Quieta, silenciosa em meu sofá sentou

Sussura-me... - Vim para ficar.

Silêncio... Promete-me paz

Arte ou manha de incapaz

Modificando meu grito

Que rouco, não o ouves mais.

Sofrida, insegura, vejo o tempo passar

Novamente, estou a me acomodar

Deixando a vida preciosa

Rápida por mim passar.

Tempo...Resta tão pouco

Premunição ou desejo

Ou quem sabe só ensejo

De partir e não chorar mais.

Serei então a lembrança

De um lindo dia de sol

Onde no leito em que nos amamos

Restará uma rosa sob os lençóis.

Lascas do meu livro.

Mafag
Enviado por Mafag em 07/03/2010
Reeditado em 04/08/2010
Código do texto: T2124978
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