Cruel companheira
O dia amanheceu escuro
Após longa noite de lágrimas
Umedecendo o travesseiro
Meu eterno companheiro.
Solidão em minha porta bateu,
sem perceber, dei-lhe permissão para entrar
Quieta, silenciosa em meu sofá sentou
Sussura-me... - Vim para ficar.
Silêncio... Promete-me paz
Arte ou manha de incapaz
Modificando meu grito
Que rouco, não o ouves mais.
Sofrida, insegura, vejo o tempo passar
Novamente, estou a me acomodar
Deixando a vida preciosa
Rápida por mim passar.
Tempo...Resta tão pouco
Premunição ou desejo
Ou quem sabe só ensejo
De partir e não chorar mais.
Serei então a lembrança
De um lindo dia de sol
Onde no leito em que nos amamos
Restará uma rosa sob os lençóis.
Lascas do meu livro.