FUGA
Ó,sono profundo e imperturbável
Ocupa-te de mim,faze-me recôndito,
Até que chegue meu amor.
Esconda-me da saudade
Que me devora as entranhas,
Afasta-me da amargura de
Não tê-la a meu lado.
Com o sono dos que ibernam
Oculta-me do triste inverno
De sua ausência.
Enclausura-me em um casulo,
Para que não perceba sua falta,
Até que chegue meu amor.
Tendo chegado,desperta-me.
Faze-me de pé e
Deixa-me por hora,pois;
Desejo então viver.
Sim, desperta-me,
Hei de banhar-me no
Primaveril sorriso de minha querida;
Rompasse o casulo e
Saia eu transformado.
Iluminado pela presença de
Minha amada.
Mas, caso ela não venha, Não te vaz;
Antes,chame o sono eterno
Para que tome o teu lugar,
E seja então a morte
Minha companhia derradeira.