ALMA FATAL
ALMA FATAL
Joyce Sameitat
O luar na praia se esparramando;
Empana do meu olhar seu clarão...
Nas areias que vão me molhando;
Deposito todos meus sonhos vãos...
Decerto eu não sei bem quais são;
Mas creio que a alma bem o sabe...
Meu ser não consegue perceber;
Todo o seu poder e o que nela cabe...
Sonhos de amor por nascer;
Aqueles que já se passaram...
Por palavras que não sei dizer;
Pois no coração a si mesmas calam...
O clarão do luar a tudo ofuscou;
E o pouco de mim que restava...
Na verdade devagar se acabou;
Porque você aqui não estava...
Minha alma está muito confusa;
Me impedindo até de sonhar...
Vem a noite inquieta e se debruça;
Muito perto de mim sob o luar...
Luz que a minha mente ilumina;
Cegando-me como o sol também...
Minha existência só descortina;
Meus pensamentos em vai e vem...
A alma então rápida se desprega;
Deste meu sonhar tão errante...
Me abandona e de leve navega;
Por tempos de mim já distantes...
Onde você estava que me transtornou?
Com muitas coisas até me fez sonhar...
Mas tudo de mim que um dia cativou;
Só me diz a alma... Não vai voltar...
Pois não era real, você só idealizou!
São Paulo, Novembro de 2009