Enquanto tudo se dissolve

Eu amo como um pássaro qualquer

Insistente e resistente que sou

Batendo asas instataneamente

Até chegar ao tálamo da flor

Viciado no mel que colho

Em cada gota no deserto

Gotas que caem em mim

Como suaves lágrimas

de uma chuva

De uma deusa

De uma mulher

Enquanto tudo se dissolve

Nas curvas

Na voz

No jeito

Eu amo como um raio

Repentino, em desatino que tenho

Penetrando desatinadamente

No beijo

No cheiro

No gosto

Consumidamente

E a gota do mel

Descendo

Molhando

Adoçando

No olhar

No veneno

Incansavelmente no sereno

Eu amo como um simples toque

no céu

No fel

Na boca, doçura louca

Como a abelha faz o mel

Amo apaixonadamente

como cada verso meu neste papel.

Luís Pereira
Enviado por Luís Pereira em 06/03/2010
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