RAPAZ APAIXONADO
Nesta tarde principia
Por entre o jardim em flor
Certo cheiro que irradia
No vento aroma d’amor
Pairando em meio à praça
Inspira vida e quimera
O odor da rosa com graça
Que embeleza a primavera
Rapaz fica alucinado
Cheira o perfume a vagar
Pelo céu de apaixonado
Tendo a chuva a lhe molhar
Esse breve temporal
Apressa o arrebol na tarde
Dando ao dia seu final
Numa pressa num alarde
Rapaz colhe então a rosa
A tremer a delirar
Sai da praça em polvorosa
A girar girar girar
No bailado da paixão
Corre corre na calçada
Sem valer-se da razão
Corre ao palácio d’amada
Chega menino e cheiroso
No castelo da realeza
Onde o espera mui formoso
Anjo amado da beleza
Dá um grito quase forte
Que nasce do fundo d’alma
Dizendo: - Eu tenho sorte
Tenho um amor que me acalma
Ao vê-la sobre a janela
Com sorriso de alegria
Revive na noite bela
Suspiros de nostalgia
Aberto portão trancado
Sai nua e beija faceira
Botão da rosa fechado
Que desabrocha-se inteira
No palácio agora a sós
Segredos irrevelados
Guardarão de todos nós
Quaisquer prazeres trocados
E todo leitor curioso
Da imaginação parceiro
Idealiza bem zeloso
Esse amor tão verdadeiro
(Alexandre Tambelli, março de 2004, para Carla)