Coração de papel e chamas
O mancebo esconde em si um nobre coração...
Resguardado (para o bem) de qualquer paixão.
É diligente o garoto, pois de que outra maneira
Seria salvo seu frágil fardo tão igual ao papel?
Quando vem o amor, inflam'alma dos subjugados!
Vislumbra-se, não se controla, os atos guiados
Por energia de combustão que não se pode ver!
Resigna-se ao imbatível. Consolida-se o laço!
Abandona o cárcere o fardo aprisionado,
Quer no vigor das chamas ser afogueado!
Deixe-o queimar até o fim! Que seja ali...
O féretro preparado para o seu final!
Tomado por esse descontrole bestial...
Suba a última cinza ao céu! Carregada de toda pureza e dor...
Que somente conheceu quem já amou.
[Aguarda dessas cinzas, garoto, um novo coração.]