ENQUANTO TU NÃO VENS

Enquanto tu não vens

Arremeto os dedos

Nos seios de uma qualquer

Sem nome ou endereço

Basta ela querer, basta ser mulher...

Enquanto tu não surges

No apreço à sobriedade, me embebedo

Través os dias em que me esmero

Em lembrar-me de te esquecer

Polução do fim ao começo!

Enquanto tu não me encontras,

Nocauteio este surrado coração

Tomando de chofre bocas sonsas

E, sem saberes, volta e meia dou-te a mão

Pelas mãos de tantas outras

As lágrimas descem travestidas

De sorrisos priápicos, metálicos

Safos de meus lábios em extrusão,

A nominarem, performáticos,

O que a tristeza, lograda, chama de tesão