A Tua indiferença no Meu espelho…
Eu preciso de Sol
Embora procure as sombras para me proteger
Tu precisas de sombras
Mas vives no sol
Embora ele e a mortalidade sejam as únicas coisas que podes temer…
Caminhamos ambos na mesma direcção
Contudo em vias diferentes, em diferentes caminhos
Numa rota que noutras vidas conduziria a uma colisão
Mas o nosso GPS sensitivo evita que cruzamos destinos
E essa é a nossa nunca resolvida questão…
Eu esgravato a poesia como meio de catarse
Tu bebes poesia porque necessitas dela se calhar com sofreguidão
Eu navego aleatoriamente nas palavras
Tu fizeste das palavras a tua não assumida profissão…
E sentimos o amor duma forma portentosa
Enquanto eu sobrevivo ao seu naufrágio para voltar a acreditar
Sendo que as mágoas dele
Servem-te para amares e sem queres
Uma e outra vez voltares a magoar
Nunca choramos para fora
Choramos para dentro
Eu sou indiferente ao que me rodeia a maior parte do tempo
Tu usas a indiferença
Como arma de arremesso
Eu Amo-te
E estupidamente ainda penso que não sei se te mereço
Tu
Duma forma involuntária
És indiferente ao que me arde por dentro…