A Tua indiferença no Meu espelho…

Eu preciso de Sol

Embora procure as sombras para me proteger

Tu precisas de sombras

Mas vives no sol

Embora ele e a mortalidade sejam as únicas coisas que podes temer…

Caminhamos ambos na mesma direcção

Contudo em vias diferentes, em diferentes caminhos

Numa rota que noutras vidas conduziria a uma colisão

Mas o nosso GPS sensitivo evita que cruzamos destinos

E essa é a nossa nunca resolvida questão…

Eu esgravato a poesia como meio de catarse

Tu bebes poesia porque necessitas dela se calhar com sofreguidão

Eu navego aleatoriamente nas palavras

Tu fizeste das palavras a tua não assumida profissão…

E sentimos o amor duma forma portentosa

Enquanto eu sobrevivo ao seu naufrágio para voltar a acreditar

Sendo que as mágoas dele

Servem-te para amares e sem queres

Uma e outra vez voltares a magoar

Nunca choramos para fora

Choramos para dentro

Eu sou indiferente ao que me rodeia a maior parte do tempo

Tu usas a indiferença

Como arma de arremesso

Eu Amo-te

E estupidamente ainda penso que não sei se te mereço

Tu

Duma forma involuntária

És indiferente ao que me arde por dentro…

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 04/03/2010
Código do texto: T2119074
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