É tão fácil esquecer o amor que chora...
É tão fácil esquecer o amor que chora...
O que está longe e nos é tão conhecido...
Tem-se por seguro, um amor puro,
Que é tão fiel que bate à nossa porta...
É tão fácil magoar-se esse amor...
Não se dá importância: ele está lá,
À nossa espera, sem pedir e sem cobrar,
E nos dá a certeza de sempre nos amar...
Não se pode magoar “quem não nos ama,
E fica conosco por pura teimosia”!
Quem, por orgulho, nos sufoca e nos lastima
Sem nos amar: “este não se pode magoar”!
Este grita nos atormenta e nos fascina,
Somos como um brinquedo em suas mãos!
O orgulho desta gente nos lancina
E nos fere, sem nenhuma compaixão!
A esse amor egoísta, que nos prende,
Nós agradamos! Submissos nos curvamos,
Mesmo sabendo que somos um brinquedo,
O que nos faz sentir nem mais “humanos”...
Somos o brinquedo preferido!...
Somos posse de quem jamais nos valoriza!
Mas nosso status jamais nós arriscamos!
É aos bens que, sobretudo, se prioriza!
Deste somos brinquedo, obsessão;
Curvamos, obedecemos. Seu orgulho
Nos fere, martiriza! Temos medo!
Então o outro amor, deixamos na ilusão...
Por que os humanos são assim tão frios,
Algozes de quem nos ama com paixão?
De alguém que passou a vida inteira
A procurar-nos, sempre e em vão?...
Ah! A certeza desse amor que não perdemos
Não precisa de carinho e de atenção...
Por que perder o tempo e arriscarmos
Nossa segurança? Teremos sempre seu perdão!...
E assim, matamos nós, devagarzinho,
Estas pessoas que nos dedicam tanto amor!
Somos cruéis torturadores! Não importa
O que este amor virá a sofrer: será em vão...
Abandonamos a felicidade
E a trocamos por bela posição!
Machucando assim a quem nos ama
E não merece o tratamento cão...
Preferimos as luzes falsas da alegria
Do que fruir o amor leal e verdadeiro!
Nem pensamos que este poderá
Perder-se para nós... E por inteiro...
Quando quisermos, poderemos ir buscá-lo
Certos de que estará à nossa espera,
E chegar, não importando a condição...
São de uso descartável! São perdão...
Só que poderás, amor, voltar um dia...
Voltar... E não estarei a te esperar...
Poderá ser muito tarde... De chorar
Emaranhei-me nas sendas desta dor...
Uma vida de espera é muito tempo...
E poderás me procurar em vão...
A vida é inclemente e muito triste
Para quem espera em solidão...
Voltarás, “uma passada rápida”, quem sabe...
Verás as cinzas daquela que procuras...
Não soubeste merecer a devoção
E o que é pó, voltará ao chão...
E não me leve flores, não precisa!...
Adormeci regando este chão
Com lágrimas que não valorizaste uma a uma...
Talvez nasça uma rosa... Mas em vão...
Nunca lutaste por mim, te acomodaste...
Nunca procuraste ver atrás do “Não!”
Que um motivo havia, muito forte!...
- “Por que lutar?... Tenho-a na mão...”-
- Me abandonaste à minha própria sorte...
Não chores nem lamentes minha morte...
Mil mortes morrerei por ti chorando,
Morrerei de saudades e te amando...
Quando voltares, e “se”, não me acharás:
- Cobrir-me-á a noite com seu manto...
Estou cansada de tanto te esperar:
Outra não teria te esperado tanto...
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Mãezona, "minha véia querida": Achei e coloquei aqui no Recanto. Nem pedi licença. Mas como tu não costumas ficar braba, com esta tua calma e compreensão infinitas, aqui está! Quando chegares a ver já vai fazer tanto tempo que está aqui que nem te importarás!...
Bjs da "filha" que te adora, Val.