Eclipse

Quando tudo é escuridão,

Surges em meio a pequenos brilhos,

Linda e imponente,

Às vezes triste, às vezes contente...

Às vezes nova e inconstantemente vazia.

Neste momento nada mais a apetecia

Não ser divergente,

A luz que inevitavelmente amaria.

Quando se passam os dias

Suas noites menos vazias,

Dão espaço a pequenas alegrias

Crescentes, Ilusórias, correspondidas.

Quando cheia é infindável

Irradia uma grande beleza, uma inspiração adorável.

És causa e causadora

Ao seu astro uma paixão interminável.

Contudo um devir rotineiro

Toma conta de todos os corpos e de todas as almas...

Minguantes quimeras (des)necessárias.

Tornam a deixá-la menos brilhante.

Tal ciclo incoerente,

Belo e inconseqüente

Às vezes, marca feridas... Doloridas,

Mas oportunizam sentimentos desejáveis e boas vontades.

consequentemente também são

Nossos passos ilusórios, descontentes:

Divinizam e humanizam nossas passagens,

Demonstram o raio de nosso luar;

Até o dia que tudo se tornar escuridão...

A sombra de nossos amores,

A penumbra de nossas perdas,

Até que a morte nos convença.

Filho de Pandora
Enviado por Filho de Pandora em 02/03/2010
Reeditado em 03/03/2010
Código do texto: T2116835
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