Eclipse
Quando tudo é escuridão,
Surges em meio a pequenos brilhos,
Linda e imponente,
Às vezes triste, às vezes contente...
Às vezes nova e inconstantemente vazia.
Neste momento nada mais a apetecia
Não ser divergente,
A luz que inevitavelmente amaria.
Quando se passam os dias
Suas noites menos vazias,
Dão espaço a pequenas alegrias
Crescentes, Ilusórias, correspondidas.
Quando cheia é infindável
Irradia uma grande beleza, uma inspiração adorável.
És causa e causadora
Ao seu astro uma paixão interminável.
Contudo um devir rotineiro
Toma conta de todos os corpos e de todas as almas...
Minguantes quimeras (des)necessárias.
Tornam a deixá-la menos brilhante.
Tal ciclo incoerente,
Belo e inconseqüente
Às vezes, marca feridas... Doloridas,
Mas oportunizam sentimentos desejáveis e boas vontades.
consequentemente também são
Nossos passos ilusórios, descontentes:
Divinizam e humanizam nossas passagens,
Demonstram o raio de nosso luar;
Até o dia que tudo se tornar escuridão...
A sombra de nossos amores,
A penumbra de nossas perdas,
Até que a morte nos convença.